O
aumento do nível do rio Amazonas continua preocupando a Defesa Civil do
Estado do Pará. Na manhã deste domingo, 20, uma equipe se deslocou para
acompanhar a situação das famílias ribeirinhas que residem próximo ao
município de Prainha, na região do Baixo Amazonas, uma das mais
atingidas pelas cheias. No início deste mês uma outra equipe da Defesa
Civil esteve em Santarém para verificar o problema das cheias e observou
que nas áreas ribeirinhas ocupadas por pastos o volume de água já havia
subido bem acima do normal.
O coordenador regional da Defesa Civil do Baixo Amazonas, Major Luiz
Cláudio Santos, informou que dos 14 municípios da região atingidos pelas
cheias, 10 já decretaram estado de emergência, mas somente três foram
reconhecidos pelo Governo Federal e receberão os recursos do Ministério
da Integração Nacional: Porto de Moz, Óbidos e Alenquer. De acordo com o
coordenador, ainda esta semana o Governo do Estado entregará cerca de
cinco mil cestas básicas e 90 mil metros cúbicos de madeira beneficiada
(usada para a implantação de plataformas elevadas), o que amenizará a
situação de quatro mil pessoas que sofrem com as enchentes no município
de Prainha.
O técnico da coordenadoria estadual de Defesa Civil, Josinaldo Pinheiro
Ribeiro, que está no município, identificou os maiores problemas
enfrentados pela população. “Neste período, nossa preocupação é maior
porque as crianças ficam sem aula durante, pelo menos, dois meses. As
famílias ficam isoladas em suas residências com medo de deixá-las e elas
serem saqueadas. Com isso, também ficam vulneráveis ao ataque de
animais peçonhentos que buscam abrigos”, explicou o técnico.
Emergência
Onde até alguns meses se via chão e cercas bem delimitadas, agora só se
vê água e casas fechadas. Os adultos estão impedidos de trabalhar e as
crianças não podem ir à escola. Até os animais sofrem com as enchentes.
Muitos deles são colocados em plataformas suspensas chamadas de
marombas, improvisadas pelos próprios moradores, como único meio de
salvar seus pastos e garantir o sustento de suas famílias.
Quando as águas ultrapassam o limite das soluções possíveis, o jeito é
se mudar para casa de parentes ou embarcações. Foi o que fez o pescador
Josinaldo Santos Viana, 35 anos, junto com os filhos e a esposa.
“Estamos numa situação complicada. Nossa casa tá alagada e o que pudemos
salvar, nós trouxemos para o barco e aqui estamos morando”, contou.
Na comunidade de Aparecida, distante uma hora de lancha de Prainha, a
pescadora Maria Tereza Vieira, 40, e mais seis pessoas de sua família
ficam isolados às margens rio Puru. “Já levantamos nossa casa quatro
vezes desde que começou a encher, mas não tem jeito, perdemos tudo que
tínhamos”, lamentou. Nos últimos dois dias, segudo ela, a maré deu uma
“quebrada” (baixou) em pouco mais de três centímetros, perceptíveis pela
marca deixada pelo limo nas paredes da residência.
Acompanhamento
Municípios, Estado e União trabalham de maneira integrada para
disponibilizar ajuda humanitária às populações atingidas pelas cheias do
Amazonas e afluentes. A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, que tem
um comitê sediado em Santarém, faz um levantamento permanente da
situação de cada região e os encaminha ao Governo Federal, que é a
instância responsável por identificar e decretar a situação de
emergência.
No caso de Prainha, o processo já foi encaminhado pela Defesa Civil do
Pará à Secretaria Nacional de Defesa Civil, em Brasília, e já foi
reconhecido, mas ainda aguarda publicação no Diário Oficial da União. A
previsão é de que esta publicação aconteça ainda esta semana.
Fonte: Diario do Pará.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fiquem a vontade para comentar, mais vale resaltar que este blog identifica o endereço do computador através da sua placa de rede e será passado também por solicitação de moderação através do e-mail para fins de identificação de origem dos comentários, portanto não faça comentários maudosos que maculem e defamem qualquer pessoa!! agradeço a compeenção!!